sexta-feira, 31 de maio de 2024

oqueéumcabengo?


Há alguns anos (não sei quantos, a pandemia já destruiu minha noção de tempo) criei junto do meu amigo Lucas Almeida o casulosblog.com.br, com a ideia de ser um sítio eletrônico que funcionasse em parte como uma revista e em parte como blog. Contudo, venho há um tempo já sentindo a necessidade de ter um espaço mais individual e mais descompromissado onde possa regudigitar certas ideias, pensamentos, impressões, que me venham a cabeça. Algo como um diário, mas não pessoal, um espaço de anotações, que eu possa vez ou outra utilizar quando bem entender. Algo como o que já faço em minha conta do Letterboxd (@pedroavila), mas de maneira mais geral. Bem, acho que é o que chamávamos nos velhos tempos de "blog". Vamos tentar ver se isso serve de alguma coisa. Ando cansado de usar o Xuíter de Elon Musgo para soltar pensamentos perdidos ou recomendações/anotações sobre filmes, livros, álbuns ou jogos do Galo. Assim, posso também deixar o Casulos como espaço reservado para meus descompromissos mais compromissados, ou pelo menos mais ambiciosos, como por exemplo o texto sobre Ayako, do Tezuka Osamu, que nunca cheguei a postar (a primeira parte, em que trato do tema dos bonecos e duplos mais generalizadamente em sua obra: https://casulosblog.com.br/os-corpos-e-bonecos-de-osamu-tezuka-parte-1-por-pedro-avila/). Acho que o que tentei fazer com a coluna Sopa de Pato (https://casulosblog.com.br/sopa-de-pato-1/) era algo parecido. Mas como o Casulos funciona revisticamente, ou seja, periodicamente lançamos diversos textos e imagens (leia-se de vez em nunca (apesar de que queremos voltar a ser mais regulares)), fica meu CabengoCabengo como reserva onde colocar avulsividades que me venham na telha por compartilhar. Por que "cabengo"? É meu pseudo-psudônimo há algum tempo, apesar de nunca ter usado em nada sério (é de onde vem meu arroba de instagram, que muitos confundem: @pcabengo (por diversas vezes já me perguntaram se meu sobrenome é "Bengo", ou se meu nome é algo como Pedro C. Ávila Bengo, como se "pca" fosse uma sigla). O nome vem de uma história real, de duas gêmeas, nascidas em 1970 na Georgia, não a comunista, cantada parodicamente por Paul McCartney, mas a capitalista, cantada por Chuck Berry e Ray Charles. As duas irmãs, oficialmente batizadas de Grace e Virginia Kennedy, passaram alguns anos de sua infância se recusando a aprender inglês, tendo desenvolvido uma quase-língua particular, na qual seus nomes respectivos eram Poto e Cabengo. Uma história que me fascina, claro, uma vez que tenho um fascínio por linguística e uma irmã gêmea. Há um bom documentário sobre o caso, dirigido por Jean-Pierre Gorin, que fora parceiro de Godard no grupo Dziga Vertov (https://letterboxd.com/film/poto-and-cabengo/). Adoro com o nome "Cabengo" não possui etimologia, soando vagamente brasileiro ou africano, mas tendo vindo da mente de duas garotinhas (Alices afeitas à (des)construção (não em termos derridadianos, por favor) como a de Carroll?) nos cafundós dos EUA. Assim, então, repito: cabengocabengocabengo, HugoBallisticamente. E passo a pelota a quem quer que for ler essas avultosas folhas avulsas em pixel, futebolisticamente, onde vou preenchendo com o que for saindo de meus cabelos, cabendo nesse cabengo capenga.




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